EduLara no País e no Mundo

quarta-feira, outubro 25, 2006

O Milagre da Vida

Vida, dar vida, criar vida. Ser Pai, ser Mãe.
É esse o motivo de existirmos, a nossa razão de ser, a própria definição da nossa existência.
Chega um dia das nossa vidas em que de tanto ouvir falar, de tantas vezes nos ser perguntado, de até termos pensado nisso por momentos apenas, tomamos consciência que os anos passam por nós a correr e que o nosso legado é algo que se encontra incompleto.
A nossa contribuição para a sociedade pode assumir muitas formas, mas será que devemos contribuir para a sociedade ou devemos sim contribuir para a Humanidade? E como?
Da forma mais simples mais básica e mais natural que a Natureza encontrou, sendo Pais.
Abrindo um parentesis
Bem sei que alguns leitores podem não concordar, podem até achar que o seu contributo não pode nem deve passar pela função de progenitores.
A realidade de cada indivíduo é sua, é única e deve ser respeitada como tal.
Fechando os parêntesis 
E como dar seguimento, à “função” atrás definida?
Não, não estou a falar do acto em si! Não estou a falar da aula de ginástica, falo sim do que representa o momento da criação.
O desejo partilhado, a união de vontades com o mesmo fim. O assumir de responsabilidades. Responsabilidades que não se esgotam nunca enquanto a vida existir, enquanto existir a vida dos Filhos.
E que formas assume essa responsabilidade?
De duas formas, ou melhor dizendo duas envolventes possíveis.
A envolvente puramente familiar no sentido estrito da família nuclear como a entendemos, Pais e Filhos. É nesta envolvente que se revela o nosso ser altruísta, o Amor pelos outros, o Amor por nós próprios ainda que reflectido em quem nos rodeia. A partilha completa das responsabilidades, das alegrias e das tristezas.
Ou
A envolvente da independência, da completa abstração de responsabilidades do laxismo e do egoísmo. É nesta envolvente que se revela o que de pior temos o que de maus somos, a leviandade do momento da inconsciência.
Compete a cada um de nós escolher a nossa envolvente, ponderar a componente emocional para os Filhos e ter a frieza de pensar antes de agir.

Ser Pai, ser Mãe, dar Vida é um dilema cada vez mais complicado para a nossa geração e não deve nunca ser encarado sem a ponderação e reflexão devidas mas tantas vezes esquecidas.

4 Comentários:

  • Não poderia estar mais de acordo contigo!Ser pais é um projecto a dois que deve ser levado até ao fim. É verdade que muitos pais, numa situação de divórcio, se separam da mulher e se separam dos filhos. Não é necessário que aconteça assim. Sentem que a relação de casal chegou ao fim, e que a partir daí a sua função paterna também deixa de ter sentido de existir. Aqui há um papel muito importante na forma como a mãe consegue introduzir o pai na relação que tem com o filho. A vida é complicada ou melhor nós tornamo-la complicada! :-) E ... pensar que ha tanta gente que gostava de etr filhos e não consegue! Joana

    Por Blogger Joana, Às 10:51 da manhã  

  • Pois eu ainda me encontro na 2º envolvente.
    Má? Não.
    Má seria querer subir à 1ª divisão sem ter consciência do passo.
    Essa consciência eu tenho, não fosse eu filha de pais separados, logo aguardo por mais estabilidade a todos os níveis e aí sim, já tenho algo para poder dar incondicionalmente ao rebento.
    Considero um erro dos grandes, um egoísmo atroz as pessoas quererem ter filhos...sem pensarem realmente neles, só porque têm o sonho de serem pais.

    Por Blogger Papoila, Às 1:09 da tarde  

  • Ser Pai é algo mais do o sentido biológico e físico da coisa, se Pai é algo uma missão, um objectivo e uma dedicação que nos envolve para o resto da vida.
    Colocar uma criança no mundo é algo de muita responsabilidade, envolve bom senso, estabilidade emocional, física e monetária e sobretudo muito sentido de responsabilidade.
    Ser Pai não acaba no dia que o filho está concebido, mas sim começa aí mesmo e é algo que nos acompanha para toda a vida.
    É sem dúvida uma experiência maravilhosa mas acho que são poucas as pessoas que estão preparadas para o ser.
    Colocar uma criança no mundo exige de nós todo o compromisso de uma vida: tal como uma planta temos de planta-la, e cuida-la dia a dia. Independentemente do solo onde ela está ser bom ou mau, de haver sol ou chuva... somos como Jardineiros que temos de podar a planta, remexer a terra quando é preciso e sobretudo preparar-lhe o "terreno" para que cresça saudável e em bom ambiente.
    Acho que estás a sentir o "click" da paternidade, isso é muito bom mas deves fazê-lo apelando também aos factores racionais.
    Primeiro precisamos de ter, ou pelo menos tentar ter ,a pessoa certa para esse "projecto", achar uma Mãe, e uma mãe com um "M" grande, depois precisam de falar sobre o assunto, de definirem um projecto futuro e se possível de uma vida sempre a três pois as crianças necessitam de um lar com estabilidade. Depois precisas de muito tempo , paciência e muito amor.
    Se achas que já tens a base para o projecto da tua vida vai em frente, é algo maravilhoso que só pode ser verdadeiramente sentido quando vemos e sentimos o milagre da vida num bebé.

    Por Blogger Paula D´aviz, Às 11:31 da manhã  

  • O que mais havia de acrescentar neste texto que escreveste, Edu? Se algum dos comentários que emiti ontem sobre outros textos que li e tanto apreciei, possa ter inspirado este teu novo texto fantástico, fico muito feliz.
    Na verdade, ser pai ou mãe não deve ser obra do acaso, embora haja quem diga ser "OBRA", mas o maior acto de certeza e responsabilidade, que irá acarretar inevitáveis preocupações, além de uma pequena carga de trabalhos, mas acima de tudo será uma dádiva que só alguns têm a sorte e a felicidade de conseguir alcançar. Como é possível haver quem maltrate os seus filhos, não lhes dão atenção, delegue a criação deles nos seus avós, ou fazem deles autênticas fontes de rendimento, sobretudo quando a instrução e a qualidade de vida é baixa, mas o sentido de família e de pertença a um núcleo de amor não é sentido, nem respeitado como merece, ou simplesmente o Amor não passa de uma realidade piedosamente desconhecida no dicionário de quem compactua com a maldade sobre as crianças que dá à luz e as faz sofrer de múltiplas maneiras. Quem mata uma filha por dinheiro? Que mãe viola um filho de 4 anos de idade (sem se conceber tal imagem na mente humana, mas não daquela suposta mãe, de que tomei conhecimentos no jornal de notícas de alguns dias atrás) e qual pai maltrata um filho jovem e mongoloide? O que merece um tal pai e uma tal mãe que comete tais barbaridades?
    A consciência e o objectivo de vida são fundamentais antes de se embarcar numa viagem de concepção. Entretanto, permite-me que questione sobre a sensação de ter uma criança nos braços pela primeira vez. Não, ainda não sou mãe, mas guardo na memória um momento inesquecível que passei, no contexto da natalidade da Inês, a filhota da tua "Madrinha", minha irmã do coração (melhor amiga) e que talvez não fosse má ideia partilhar.
    Edu, nunca hei-de esquecer, após o cansaço de uma noite mal dormida, pela noitada que fiz no meu aniversário e a madrugada que me impus às 7h da manhã, do dia 20 de Julho de há dois anos atrás, para me encontrar em primeira mão com a minha irmã do coração, na maternidade de Vila Nova de Gaia e acompanhá-la em todos os momentos que me fossem possíveis e com ela partilhar o maior dom concedido por Deus... o dom da vida! Entrar escondida no quarto da mamã, imediatamente antes desta entrar para o bloco operatório para dar à luz e dar-lhe uma última força e compartilhar da sua felicidade, lhe dar a maior força e dizer que estava com ela a tempo inteiro..., Nunca esquecerei a emoção sentida ao ouvir o primeito choro tão fraquinho da bébé assim que nasceu, por volta da uma hora da tarde (nunca me consegui ausentar daquele correrdor junto ao bloco operatório, onde poucas pessoas surgiam, de vez em quando). Sempre recordarei as lágrimas que não controlei, ao ser a primeira pessoa fora do bloco a ver aquela pequena bébé que acabava de vir ao mundo. Jamais esquecerei, também, a comoção sentida ao segurar nos meus braços, aquela pequenina tão linda e ser confrontada com um sentimento inexplicável de como aquele bébé poderia ter saído do meu próprio ventre, se algum dia tivesse sido eu abençoada com tamanha graça e se algum dia teria essa felicidade. Mas o auge daquele dia foi a possibilidade, a casualidade, ou talvez a inevitabilidade de ter sido esta "maninha" de todas as horas, a colocar esta filhota nos braços da sua própria mãe, que ainda não a havia visto. Toda eu tremia e roborisada, não tinha como segurar as lágrimas sobre aquela mamã, ainda na maca, enquanto era encaminhada para o seu quarto. Quando o sentimento de pertença se faz sentir de facto, em plenitude, seja entre amigos, entre casais, ou seja quem for, torna as relações humanas verdadeiramente mágicas e é essa magia que tanto desejava ver e sentir no mundo, a começar no meu redor e é a cada um de nós que cabe lutar porque tal aconteça, a partir deste momento que se faz presente a cada instante!
    Um beijinho para ti e felicidades!

    Por Anonymous Anónimo, Às 11:04 da tarde  

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]



<< Página inicial