O banco de jardim

Olhando assim o que vejo? Um banco sujo, vazio, que se confunde com a parede atrás. Olhando mais atentamente o que vejo? um banco firme, disponível com a identidade própria de quem ali está desde sempre. Sempre disponível e à espera, de quem dele precise, de quem procure o descanso, a tranquilidade e segurança que oferece.
E porque está então vazio?
Será da sujidade que aparenta, será que ninguém se sente cansado e tentado a aproveitar o conforto? Será que o sofá da sala ou a cadeira do café são melhores companhias? Imagino que igualmente solitárias, maltratadas, mas sem a presença do banco de jardim. Sem a maturidade e conhecimento que representa, sem a vida que já viveu, as histórias que ouviu contar, os desabafos, as lágrimas de contentamento, de desespero até.
Sozinho com os restantes bancos do mesmo jardim, esperam pelo calor, pelo fresco do entardecer e sentem frio à noite. Quando chove aproveitam cada gota, quando neva sentem frio, não do gelo mas só e apenas da solidão que os espera até novo raio de sol.
Horas dias anos e séculos que passam, e ele alí, espera teimosamente que alguém se sente e lhe faça companhia.


4 Comentários:
Está à espera do sol, que felizmente já chegou :)
Por
LopesCaBlog, Às
11:15 p.m.
Talvez porque o banco sempre ali esteve desde que os solitários se recordam da proria solidão...
Parabéns, pelo post!
Por
CNS, Às
6:26 p.m.
Lindo!!!
As coisas estao a nossa frente mas so vemos as aparencias.
Um beijinho,
Lady K!
Por
Anónimo, Às
2:09 p.m.
Muito profundo e muito Belo.
Por
Anónimo, Às
12:52 p.m.
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