Já não tenho

Idade
No entanto acho mesmo que estou a chegar à idade em que tenho o que nunca tive.

Paciência
Acho também que nunca tive tanta, que nunca fui tão tolerante.

Só cabelos castanhos
Todos os dias me dizem, estás cheio de cabelos brancos. Será que estou a ficar velho?

Insconciência
Todos os dias ajo com mais e mais racionalidade, com mais expectativa do futuro e menos emotividade.

Saudades da infância
A maturidade é muito chata, mas no fundo um mal necessário.

Vergonha
Os sentimentos se não explicitados, nunca serão algo que exista.

Inocência
O que faço tem sempre algo de premeditado, alguma expectativa.

Apenas uma janela
Tenho uma porta, uma vista de tudo e acima de tudo tenho-te a ti!

O fio da navalha

Linha que separa a proteção da asfixia.
Linha tão fina como o gume da lámina que corta o cordão umbilical no momento do nascimento. A vida que queremos dar, que não estamos preparados para criar mas que é também nossa responsabilidade.
Viver antes de dar vida, saber escolher o posicionamento, o lado, a responsabilidade. Crescer, sentir, amar e ser amado. Viver ainda cada sensação sem pressões sem sentimentos de culpa ou quaisquer condicionamentos.
Estar preparado para escolher em consciência, com emoção e emotividade mas acima de tudo com vontade e sabendo naquele momento que a escolha é nossa.
Empunhar a navalha afiada, cortar. Guardar a faca e não escolher.
Decidir.

Simetrias

Não esperarei que o que sentes seja simétrico, deverá ser sempre único!
Não desejarei que reajas às minhas acções, deverás agir!
À simetria do mal, do mau, responderei com a individualidade!
Estarei sempre no centro, ao cimo das escadas!

Esconder

Porque me escondo atrás do que me mostro?
É nada mais nada menos, que a melhor forma de projectar o que queremos seja a ideia de quem nos rodeia faça de nós.
É a tentativa de criar a imagem composta de várias interpretações da nossa existência.
Dizer da nossa própria boca, escrever com as nossas palavras. Mentir! Ou apenas confundir.
Procurar não influenciar os outros sobre como nos olham e sentem.
Procurar que nos digam quem somos, ou como acham que somos.
Que fácil é dizer a verdade!

Vento

De que lado sopra o vento?
De onde nos chegam as linhas orientadoras da personalidade?
O que sentimos que faça sentido na nossa forma de olhar o Mundo?
Com que empenho nos envolvemos na escrita do nosso destino?
Tudo questões da mais simples resposta, mas de difícil execução.

Estaremos preparados para nos dar ao trabalho? Será que é mais fácil aceitar a vida como ela é?
A minha vontade é de construir o futuro com a experiência do passado, mas não condicionar o futuro com os maus exemplos do passado.
A minha vontade será sempre mais forte que qualquer tempestade!

Lisboa

A luz e o rio, vida para as gentes que cá passam e vão ficando.

Recordações

Recordação de vivências passadas, de momentos que construiram a nossa personalidade.

Aproximar

A aproximação a alguém ou a um objectivo é algo que podemos fazer de forma calculista ou espontânea. O sentido que definimos para as nossas acções é determinado pelo nosso empenho em conseguir alcançar esse mesmo objectivo.
É certo que a partir de determinado momento a espontaniedade dos nossos actos é pura ficção. Logo após aquele momento inicial em que avistamos o alvo, desenhamos no subconsciente a estratégia. O deixar acontecer ou esperar que aconteça será apenas uma desculpa.
No entanto para que realmente aconteça, será sempre necessário que a luz e a música sejam as certas.

Inconveniente

Uma palavra, um comentário, um carinho. Qualquer destas acções pode ser tão bem recebida e apreciada como pode ser inconveniente.
A nossa visão da vida ou do momento nunca será a mesma de quem nos rodeia. Não devemos esperar que o estado de espírito dos conhecidos e amigos acompanhe o nosso. A predisposição para a vida de quem nos rodeia nunca será o que esperamos que seja, por muito que nos seja possível ver através das reações físicas que demonstram.
Ser cordial, estar presente, procurando ajudar ainda que com o silêncio. Saber dar espaço, saber dar a face quando inconvenientes nos nossos actos.

Comemorar

Um aniversário, momento, acontecimento.