EduLara no País e no Mundo

quinta-feira, abril 26, 2007

Presença

O vazio que representamos quando não estamos é toda uma presença.
A disponibilidade de nos darmos a quem de nós precisa, é nada comparado com a satisfação de receber um sorriso um olhar ou até se for caso disso um beijo de agradecimento.
Sentir aquela mão que nos afaga o rosto que nos penteia o cabelo com os dedos, sentir ainda que apenas imaginando temos alguém em cujo colo podemos repousar a cabeça. Alguém que nos trata como ninguém.
Sentir o cheiro conhecido, distinto. Sentir que ao esticar a mão lá estará um braço estendido na expectativa de nos amparar, de nos abraçar.
Correr de encontro a ti, tu que me queres. Correr de encontro à companhia, que não está cá mas que sinto me rodeia como nunca.
Correr de encontro a um jardim para encontrar aquela única flor que me ofereces.

terça-feira, abril 24, 2007

Misteriosa



Olhei e vi aqueles lábios, senti o calor de um beijo.
Imaginei as palavras que lhe diria, imaginei as suas respostas. Imaginei o silêncio.
Senti a suavidade que só uns lábios transmitem quando beijam com amor. A suavidade só presente no beijo de uma Mãe a um filho, a suavidade só presente num beijo de paixão, a suavidade única que nos transmite um nascer do Sol.

Olhei e apeteceu-me beijar, sentir na pele do meu rosto o toque daqueles lábios.
Não fiquei triste, fiquei ávido de desejo. Não beijei, mas devia. Devia ter a ousadia de demonstrar o que representa para mim. Devia ter a ousadia de desvendar que mistérios encerram aqueles lábios.
Mas não tive.
Não tive coragem, tive medo, contenção, pudor.
E Ela alí tão perto.

sábado, abril 21, 2007

O banco de jardim


Olhando assim o que vejo? Um banco sujo, vazio, que se confunde com a parede atrás. Olhando mais atentamente o que vejo? um banco firme, disponível com a identidade própria de quem ali está desde sempre. Sempre disponível e à espera, de quem dele precise, de quem procure o descanso, a tranquilidade e segurança que oferece.
E porque está então vazio?
Será da sujidade que aparenta, será que ninguém se sente cansado e tentado a aproveitar o conforto? Será que o sofá da sala ou a cadeira do café são melhores companhias? Imagino que igualmente solitárias, maltratadas, mas sem a presença do banco de jardim. Sem a maturidade e conhecimento que representa, sem a vida que já viveu, as histórias que ouviu contar, os desabafos, as lágrimas de contentamento, de desespero até.
Sozinho com os restantes bancos do mesmo jardim, esperam pelo calor, pelo fresco do entardecer e sentem frio à noite. Quando chove aproveitam cada gota, quando neva sentem frio, não do gelo mas só e apenas da solidão que os espera até novo raio de sol.
Horas dias anos e séculos que passam, e ele alí, espera teimosamente que alguém se sente e lhe faça companhia.

terça-feira, abril 17, 2007

Equilíbrio

De uma forma simples é o estado de algo em que uma alteração é compensada por outra complementar.
Dito assim parece isso mesmo, algo simples. Aplicado às nossas vidas a coisa já complica mais um bocadinho:)
Onde está esse equilíbrio entre a nossa vida pessoal e profissional?
Onde está ainda entre a amizade e o amor?
O que dizer da nossa tolerância, conseguiremos algum dia ser justos?
O equilíbrio é possível na vida de extremos que levamos?
Não estarei em equilíbrio com alguém que vive a mesma vida que eu, da falta de tempo à oportunidade errada apenas porque não compensamos as faltas um do outro?
Se viver bem é a resposta ao equilíbrio na vida, se a qualidade de vida se mede por standards que nos são impostos, onde será que eu vivo?
Num mundo paralelo imagino eu. Num mundo em que o prato da balança, seja ele qual for está sempre a pender para o lado oposto aos meus interesses, aos interesses que julgo serem os que melhor me servem. E que faço então? Trabalho para que seja reposto o equilíbrio, mas nada é simples nada me parece simples e a cada passo aparecem mais degraus, mais portas, mais obstáculos que o não são. Pois apenas existem para promover isso mesmo, o equilíbrio.

segunda-feira, abril 16, 2007

Será assim tão difícil?

Sentir que falar contigo me deixa bem disposto, me projecta para uma outra fase do existir.
O simples facto de estares disponível para ter uma conversa sem preconceitos, sem moralismos (falsos) e sem interesse. De sentir o amor que existe no ar, amor de amiga, amor de sentimentos nobres que exercitam o pensamento com alguém que não é mais que a união perfeita do conteúdo com a forma. Alguém que se entrega à conversa com a naturalidade e pureza de uma criança, que espera do outro nada mais que a verdade de um espelho real. Porque um espelho de formas é tudo o que nos dizem para agradar ou para atingir, para chamar a atenção ou para tentar que nos afastemos.
Não te procurei e no entanto econtraste-me, mostrei-me apenas como sou e não esperei ver em ti algo que não és.
Que interesse poderás ter? Apenas o mesmo que eu! Interesse em conhecer mais e melhores pessoas, mais e melhores amigos que o sejam. Ser mais algém no mundo, alguém que faz a diferença por estar aqui.
Será assim tão difícil gostar ainda mais de ti como és pela pessoa que és?
Poderás dizer "são os teus olhos", respondo apenas, ainda bem que são os meus.

Nem mais

sábado, abril 07, 2007

Prémio verdade

"A culpa não é nossa...nós compramos o bacalhau congelado e já vem demolhado"
Resposta de um prestável empregado de mesa, à observação de que o bacalhau estava um pouco insoso.
Hilariante ;)

domingo, abril 01, 2007

Olhares


Observar fora de casa
Pensar fora da caixa